segunda-feira, 2 de março de 2009



Circe, figura legendária da mitologia grega, é retratada como filha de Hélio, deus-sol e da ninfa Pérsia. Por ter envenenado seu marido, o rei dos sármatas, que habitava o Cáucaso, foi obrigada a exilar-se na ilha de Eana, localizada no litoral oeste da Itália.
O nome da ilha"Eana", se traduz como "prantear" e dela emanava uma luz tênue e fúnebre. Esta luz, identificava Circe, como a "Deusa da Morte". Era também associada aos vôos mortais dos falcões, pois assim como estes, ela circundava suas vítimas para depois enfeitiçá-las.
O grito do falcão é "circ-circ" e é considerado a canção mágica de Circe que controla tanto a criação quanto a dissolução. Sua identificação com os pássaros é importante, pois eles têm a capacidade de viajar livremente entre os reinos do céu e da terra, possuidores dos segredos mais ocultos, mensageiros angélicos e portadores do espírito e da alma.
Antigos escritores gregos citavam-na como "Circe das Madeixas Trançadas", pois podia manipular as forças da criação e destruição através de nós e tranças em seus cabelos. Como o círculo, ela era também a tecelã dos destinos.
Circe era considerada a Deusa da Lua Nova, do amor físico, feitiçaria, encantamentos, sonhos precognitivos, maldições, vinganças, magia negra, bruxaria, caldeirões.
CIRCE E ULISSES

No decurso das suas perambulações, o herói Ulisses (personagem épico da "Odisséia, de Homero") e sua tripulação desesperada, desembarcam na praia da ilha de Eana, onde vivia Circe, a filha do Sol.
Ao desembarcar, Ulisses subiu a um morro e, olhando em torno não viu sinais de habitação, a não ser um ponto no centro da ilha, onde avistou um palácio rodeado de árvores.
Ulisses envia à terra 23 homens, chefiados por Eurícolo, para verificar com que hospitalidade poderiam contar. Ao se aproximarem do palácio, os gregos viram-se rodeados de leões, tigres e lobos, não ferozes mas domados pela arte de Circe, que era uma poderosa feiticeira. Todos esses animais tinham sido homens e haviam sido transformados em feras pelos seus encantamentos.
Do lado de dentro do palácio vinham os sons de uma música suave e de uma bela voz de mulher que cantava. Euríloco, chamou-a em voz alta, e a Deusa apareceu e convidou os recém-chegados a entrar, o que fizeram, de boa vontade, exceto Euríloco, que desconfiou do perigo. A Deusa fez seus convivas se assentarem e serviu-lhes vinho e iguarias. Quando haviam se divertido à farta, ela lhes tocou com uma varinha de condão e eles imediatamente se transformaram em porcos, com "a cabeça, o corpo, a voz e as cerdas" de porco, embora conservando a inteligência de homem.
Euríloco apressou-se em voltar ao navio e contar o que vira. Ulisses, então, resolveu ir ele próprio tentar a libertação dos companheiros. Enquanto se encaminhava para o palácio, encontrou-se com um jovem que a ele se dirigiu familiarmente, mostrando estar a par de suas aventuras. Revelou que era Mercúrio e informou Ulisses acerta das artes de Circe e do perigo de aproximar-se dela. Como Ulisses não desistiu de seu intento, Mercúrio deu-lhe um broto de uma planta chamada "Moli", dotada de enorme poder para resistir às bruxarias, e ensinou-lhe o que deveria fazer.
Ulisses prosseguiu seu caminho e, chegando ao palácio, foi cortesmente recebido por Circe, que o obsequiou como fizera com seus companheiros, e, depois que ele havia comido e bebido, tocou-lhe com sua varinha de condão, dizendo:
-"Ei! procura teu chiqueiro e vai espojar com teus amigos".
Em vez de obedecer, porém, Ulisses desembainhou a espada e investiu furioso contra a Deusa, que caiu de joelhos, implorando clemência.
Ulisses ditou-lhe uma fórmula de juramento solene de que libertaria seus companheiros e não cometeria novas atrocidades contra eles ou contra o próprio Ulisses. Circe repetiu o juramento, prometendo, ao mesmo tempo, deixar que todos partissem são e salvos, depois de os haver entretido hospitaleiramente.
Cumpriu a palavra. Os homens readquiriram suas formas, o resto da tripulação foi chamado da praia e todos magnificamente tratados durante tantos dias, que Ulisses pareceu haver-se esquecido da pátria e ter-se resignado àquela inglória vida de ócio e prazer.
Afinal seus companheiros apelaram para os seus sentimentos mais nobres, e ele recebeu de boa vontade a censura. Circe ajudou nos preparativos para a partida e ensinou aos marinheiros o que deveriam fazer para passar sãos e salvos pela costa da Ilha das Sereias. As sereias eram ninfas marinhas que tinham o poder de enfeitiçar com seu canto todos quantos as ouvissem, de modo que os infortunados marinheiros sentiam-se irresistivelmente impelidos a se atirar ao mar onde encontravam a morte.
Circe aconselhou Ulisses a cobrir com cera os ouvidos dos seus marinheiros, de modo que eles não pudesses ouvir o canto, e a amarrar-se a si mesmo no mastro dando instruções a seus homens para não libertá-lo, fosse o que fosse que ele dissesse ou fizesse, até terem passado pela Ilha das Sereias.
No poema "Endimião", do poeta Keats, podemos ter uma idéia do que se passava no pensamento dos homens que eram transformados em animais pela feiticeira Circe. Esses versos abaixo teriam sido ditos por um monarca que tinha sido transformado em elefante pela Deusa:
"Não lamento a coroa que perdi,
A falange que outrora comandei
E a esposa, ou viúva, que deixei.
Não lamento, saudoso, minha vida.
Filhos e filhas, na mansão querida,
Tudo isso esqueci, as alegrias
Terrenas olvidei dos velhos dias.
Outro desejo vem, muito mais forte.
Só aspiro, só peço a própria morte.
Livrai-me desse corpo abominável.
Libertai-me da vida miserável.
Piedade Circe! Morrer e tão-somente!
Sede, deusa gentil, sede clemente!

Princípio Feminino

A Grande Mãe representa a Energia Universal Geradora, o útero de Toda Criação. é associada aos mistérios da Lua, da Intuição, da Noite, da Escuridão e da Receptividade. é o inconsciente, o lado escuro da mente que deve ser desvendado. A Lua nos mostra sempre uma face nova a cada sete dias, mas nunca morre, representando os mistérios da Vida Eterna. Na Wicca, a Deusa se mostra com três faces: a Virgem, a Mãe e a Velha Sábia, sendo que esta última ficou mais relacionada à Bruxa na imaginação popular. A Deusa Tríplice mostra os mistérios mais profundos da energia feminina, o poder da menstruação na mulher, e é também a contraparte Feminina presente em todos os homens, tão reprimida pela cultura patriarcal.


Princípio Masculino

Da mesma forma que toda luz nasce da escuridão, o Deus, símbolo solar da energia masculina, nasceu da Deusa, sendo seu complemento, e trazendo em si os atributos da coragem, pensamento lógico, fertilidade, saúde e alegria. Da mesma forma que o sol nasce e se põe, todos os dias, o Deus nos mostra os mistérios de Morte e do Renascimento. Na Wicca, o Deus nasce da Grande Mãe, cresce, se torna adulto, apaixona-se pela Deusa Virgem, eles fazem amor, a Deusa fica grávida, o Deus morre no inverno e renasce novamente, fechando o ciclo do renascimento, que coincide com os ciclos da Natureza, e mostra os ciclos da nossa própria vida. Para alguns, pode parecer incestuoso que o Deus seja filho e amante da Deusa, mas é preciso perceber o verdadeiro simbolismo do mito, pois do útero da Deusa todas as coisas vieram, e, para ele, tudo retornará. E, se pensarmos bem, as mulheres sempre foram mães de todos os homens, pelo seu poder de promover o renascimento espiritual do ser amado e de toda a Humanidade. O sentido profundo do simbolismo na Bruxaria só pode ser verdadeiramente entendido através da meditação e do contato intuitivo com a energia dos Deuses.

A Roda do Ano




Em Samhain, o Festival do retorno da Morte, os portões dos mundos se abrem e a Deusa transforma-se na Velha Sábia, a Senhora do Caldeirão, e o Deus é o Rei da Morte que guia as almas perdidas através dos dias escuros de Inverno.Em Yule, a escuridão reina como se estivéssemos no caldeirão da Deusa. Assim, o Rei das sombras transforma-se na Criança da Promessa, o Filho do sol, que deverá nascer para restaurar a Natureza.Em Candlemas, a luz cresce, o Deus nascido em

Yule se manifesta com todo seu vigor, e a Criança da Promessa cresce com a vitalidade e é festejada, pois os dias tornam-se visivelmente mais longos e renova-se a esperança.

Em Ostara, luz e sombras são equilibradas. A luz da vida se eleva e o Deus quebra as correntes do inverno. A Deusa é a Virgem e o Deus renascido é jovem e vigoroso. O amor sagrado da Deusa e do Deus é a promessa do crescimento e da fertilidade.

Em Beltane, a Deusa se transforma em um lindo Cervo Branco e o jovem Deus é o Caçador alado. Ao ser perseguida pela floresta, o Cervo Branco se transforma em uma linda mulher, e assim Eles se unem e a sua paixão sustenta o mundo.

Chega então Litha, a Deusa é a Rainha do Verão e o Deus, um homem de extrema força e virilidade. O Sol começa a minguar e o Deus começa a seguir rumo ao País de Verão. A Deusa é pura satisfação e demonstra isso através das folhas verdes e das lindas flores do verão.

Em lammas, a Deusa dá a luz e o Deus novamente morre pela Deusa. A Deusa precisa de sua energia de vida para que a vida possa crescer e prosseguir. O Deus se sacrifica para que a humanidade seja nutrida, mas através do grão Ele renasce. No ápice de sua abundância, ele retira através Dela.

Em Mabon, as luzes e as trevas se equilibram novamente; porém o Sol começa a minguar mais rapidamente. O Deus torna-se então o Ancião, o Senhor das Sombras.

Chega novamente Samhain e então o ciclo recomeça, e assim tudo retorna à Deusa. Assim sempre foi e será!

A Mesopotâmia Antiga










Mesopotâmia Antiga, grego para Terra entre Rios, termo que envolve as culturas da Suméria, Babilônia e Assíria, local onde surgiu, podemos assim dizer, uma das mais vibrantes das grandes civilizações da Antigüidade. Estes povos souberam, mais que quaisquer outros de seus contemporâneos, aliar a paixão pela vida, a ciência e tecnologia a uma visão mística do universo. Aqui estão dados sobre história, mitologia, religião, práticas antigas e modernas centradas na tradição mesopotâmica, baseados em fontes do cuneiforme e da Assiriologia contemporânea. Esta página visa honrar a sabedoria daqueles que inventaram a escrita, os fundamentos da astronomia e astrologia, o sistema sexagesimal para contar as horas, minutos e segundos, e talvez até mesmo os protótipos para a Cabala, o sistema esotérico sobre o qual se fundamentam os ensinamentos das grandes tradições místicas ocidentais, e Alquimia.


O CRESCENTE FÉRTIL - ONDE TUDO COMEÇCOU


O CRESCENTE FÉRTIL constituía-se numa região do Antigo Oriente excelente para agricultura, exatamente num local onde a maior parte das terras vizinhas era muito árida para qualquer cultivo. O Crescente Fértil começa na Costa Leste do Mar Mediterrâneo , tomando a forma de uma meia-lua, avançando na direção do Golfo Pérsico. Algumas das terras mais ricas do Crescente Fértil situvam-se na faixa estreita entre os rios Tigre e Eufrates, que os gregos chamavam e "terra entre rios". As primeiras civilizações fundamentalmente urbanas de que temos conhecimento e registros históricos surgiram nesta região.

CIVILIZAÇÃO
Existem muitas definições de civilização, mas muitos estudiosos concordam que quando uma sociedade começa a formar cidades, esta sociedade se transforma numa civilização. A maior parte das civilizações têm os seguintes elementos em comum, sendo que todos estes estão presentes na Mesopotâmia:
Excesso de alimentos - onde há excesso de alimentos, os povos começam a desenvolver outras necessidades. O surgimento da agricultura irrigada na Mesopotâmia possibilitou o excesso na produção e consumo de alimentos. Veja Das Cavernas à Agricultura Irrigada, na seção de História da Mesopotâmia;
Divisão do Trabalho - quando todos têm uma ocupação, todos tendem a fazer muito bem aquele trabalho específico. Também há chances de que estas pessoas escolham algo que realmente gostam de fazer. A agricultura irrigada exigia trabalho em conjunto na construção de canais de irrigação, plantio e colheita, por exemplo. A irrigação, portanto, funcionou como um grande catalisador de mudanças em todos os níveis (a Revolução Agrícola)..
Governo e religião organizados - quando as pessoas compartilham as mesmas leis, é mais fácil praticar o comércio. Pessoas que têm o mesmo governo e a mesma religião provavelmente também compartilham os mesmos valores e querem crescer juntas. Veja a seção de Religião do site.
Escrita - que permitiu às sociedades criarem seus próprios registros (memória/história) e a se comunicarem entre si. A escrita surge na Mesopotâmia pela primeira vez na história da Humanidade ao final do Período Posterior de Uruk, ou a cerca de 3.200 Antes da Nossa Era. O sistema é chamado de escrita cuneiforme (de cunha, em latim), ou impressões de um lápis ou caneta de junco sobre tábuas de argila.
MAPA GEOGRÁFICO E HISTÓRICO DA REGIÃO
Em termos geográficos, ao Sul temos a região conhecida como Suméria (Sumer no mapa), bem próxima ao Golfo Persico. Em nosso mapa, estão localizadas as importantes cidades de Uruk e Ur. Os períodos históricos que abordam a importância destas duas cidades está apresentado na seção História da Mesopotamia. Uruk é a cidade do herói do primeiro épico escrito na história da humanidade, o Épico/Epopéia de Gilgamesh. Seu período áureo está apresentado no ensaio Antes da Aurora da História na Mesopotâmia. Ur é a cidade de onde saiu o patriarca judeu Abraão, e seu período de apogeu é conhecido como Terceira Dinastia de Ur. A região central da Mesopotâmia é a região de Ágade e Babilônia, cujo apogeu começa com Sargão,o Acádio, o imperador que pela primeira vez une a Mesopotâmia do Sul, ou Suméria, e a Mesopotâmia Central (Ágade e Babilônia). Um dos grandes expoentes do período de dominação econômica e cultural da Babilônia é o rei Hamurabi, a ele sendo atribuído o código de leis mais famoso da Antigüidade até o surgimento do Direito Romano. O Código de Hamurábi pode ser encontrado na íntegra aqui, traduzido por Lishtar. A região ao Norte, cujo nome é Assíria, também é de grande importância, tendo na dinastia dos descendentes de Sargão II seus maiores expoentes. Visite a seção de História da Mesopotâmia para maiores detalhes, e não deixe de conferir a seção Legado desta grande civilização.